Em um mundo cada vez mais conectado, a inovação não poupa nenhum setor. No campo dos seguros, a chegada das InsurTechs representa uma verdadeira revolução. Estas startups e empresas atuam com o propósito de reduzir burocracias e custos operacionais, automatizar processos e entregar soluções sob medida para cada perfil de cliente.
O termo InsurTech nasce da união entre as palavras insurance (seguro) e technology (tecnologia). Seu objetivo é personalizar produtos de forma inteligente e tornar cada etapa do seguro — da cotação ao sinistro — mais ágil e eficiente. No campo de atuação, elas abarcam desde corretoras digitais até plataformas de análise preditiva, passando por soluções de IoT e até mesmo registros em blockchain.
O Brasil se destaca como líder na América Latina, concentrando 37% das InsurTechs da região. Entre 2018 e 2019, o número de empresas desse tipo cresceu 47%, alcançando mais de 113 iniciativas em 2020. Em 2023, o setor tradicional de seguros movimentou R$ 145,1 bilhões no primeiro semestre — um salto de 19,8% em relação ao ano anterior.
Apesar de jovem, esse ecossistema já atraiu mais de US$ 500 milhões em investimentos até 2024. A maioria dessas empresas é pequena: 70% têm menos de 20 funcionários e 66% ainda estão em estágios iniciais, com faturamento estimado em até R$ 5 milhões.
As InsurTechs brasileiras concentram-se em frentes-chave de inovação. Segundo dados da Distrito e da KPMG, quase metade delas foca na eficiência operacional e automação de processos, enquanto outras investem em plataformas de comparação, produtos sob medida e serviços adicionais.
No campo tecnológico, destacam-se:
Para o usuário final, a revolução InsurTech traduz-se em experiência digital realmente inovadora. A contratação de seguro deixa de ser um processo demorado, tornando-se 100% online e intuitivo. Aplicativos e portais digitais permitem que o cliente acompanhe todo o ciclo — da cotação à liquidação de sinistros — com poucos cliques.
Modelos de seguros on-demand e pay-per-use oferecem flexibilidade inédita: o cliente ativa a proteção apenas quando necessário, pagando conforme o uso. Essa dinâmica favorece públicos antes desassistidos, como microempreendedores e jovens que priorizam soluções ágeis e sob medida.
O boom das InsurTechs traz uma série de vantagens, mas também impõe desafios ao mercado.
O Brasil já é palco de casos de sucesso que ilustram o potencial desse movimento:
O futuro das InsurTechs aponta para uma integração ainda mais profunda com fintechs, varejistas e outros agentes não tradicionais. As tendências incluem o desenvolvimento de microseguros para nichos específicos, expansão do Open Insurance e a criação de ecossistemas colaborativos que envolvem parcerias estratégicas.
Com a evolução constante de IA, Big Data e IoT, os produtos de seguro terão acesso expandido a novos públicos e poderão oferecer experiências cada vez mais preditivas, proativas e personalizadas.
As InsurTechs estão remodelando o mercado de seguros, transformando-o de um setor tradicional e burocrático em um ambiente dinâmico e centrado no cliente. A combinação de tecnologias emergentes, mudança cultural e tecnológica acelerada e novos modelos de negócio cria um cenário de oportunidades sem precedentes.
Para consumidores, seguradoras e startups, o convite é claro: abraçar essa revolução, colaborar de forma criativa e construir juntos um futuro onde o seguro seja realmente acessível, ágil e adaptado às necessidades de cada pessoa.
Referências