Quando você planeja adquirir um bem de alto valor, como um imóvel ou um veículo, surge uma dúvida fundamental: optar por um método colaborativo de aquisição financeira ou buscar crédito imediato? Esta decisão impacta diretamente seu planejamento orçamentário, seus prazos e sua segurança financeira.
O consórcio é uma forma de compra colaborativa regulamentada pelo Banco Central. Nele, um grupo de participantes contribui mensalmente para um fundo comum. Periodicamente, por sorteio ou lance, um membro é contemplado com a carta de crédito para adquirir o bem ou serviço desejado.
Já o empréstimo ou financiamento consiste na liberação imediata de recursos financeiros por uma instituição bancária. Após análise de crédito, o valor solicitado cai na conta do consumidor, que deve devolver esse montante em parcelas acrescidas de juros e taxas administrativas.
Em 2025, a taxa Selic permanece em 15% ao ano, elevando substancialmente o custo dos empréstimos e financiamentos. Com juros de veículos que podem ultrapassar 25% ao ano e de imóveis na faixa de 10% a 15%, o financiamento torna-se pesado para muitos orçamentos.
Por outro lado, o consórcio não sofre incidência de juros, apenas a cobrança de taxa administrativa, que varia entre 10% e 20% do valor do bem, diluída ao longo do contrato.
Além disso, o IOF é isento em consórcios, enquanto nos empréstimos esse imposto pode elevar ainda mais o gasto. Se levarmos em conta essa diferença, fica claro que o juro elevado impacta seu orçamento mensal de forma mais aguda nos financiamentos.
Antes de decidir, é essencial comparar prós e contras de forma clara e objetiva.
Quanto ao empréstimo ou financiamento:
Para escolher entre consórcio ou empréstimo, avalie três fatores principais: urgência, orçamento mensal e perfil de risco.
Se você não tem pressa e deseja uma poupança forçada e planejamento financeiro contínuo, o consórcio pode ser a melhor alternativa. Já para necessidades imediatas ou oportunidades de negócio, o financiamento oferece a rapidez que você precisa.
Imagine a compra de um imóvel avaliado em R$ 500.000:
No financiamento, você pode dar 20% de entrada (R$ 100.000) e financiar R$ 400.000 em 30 anos, com juros médios de 12% ao ano. As parcelas podem superar R$ 4.000 mensais, dependendo das taxas cobradas.
No consórcio, com taxa administrativa de 15% em 10 anos, o valor total pago seria R$ 575.000, dividido em 120 parcelas. As prestações ficam em torno de R$ 4.800, mas sem juros, o que reduz o impacto da Selic alta.
Para a compra de um veículo de R$ 80.000:
Um financiamento a 7 anos com juros de 25% ao ano pode resultar em prestações de até R$ 2.000. Já em um consórcio com taxa administrativa de 12% em 5 anos, as parcelas ficam em torno de R$ 1.500, com possibilidade de lance para antecipar a contemplação.
Alguns cuidados são indispensáveis antes de assinar qualquer contrato:
Em qualquer projeto financeiro, a pesquisa e o planejamento são fundamentais. Compare custos, timing e riscos antes de tomar sua decisão. Assim você garante que suas escolhas estejam alinhadas com seus objetivos de vida e com a saúde do seu orçamento.
Referências