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Biometria: O Futuro da Autenticação Financeira

Biometria: O Futuro da Autenticação Financeira

28/10/2025 - 12:59
Maryella Faratro
Biometria: O Futuro da Autenticação Financeira

No cenário contemporâneo, a segurança das operações financeiras sofre pressão constante diante de ataques cada vez mais sofisticados. A biometria surge como solução moderna, capaz de aliar conveniência e proteção, transformando a forma como acessamos produtos bancários e programas sociais.

Introdução: Evolução da Autenticação Financeira

Historicamente, as instituições financeiras adotaram métodos tradicionais de autenticação como senhas alfanuméricas e tokens físicos. Embora populares, esses mecanismos tornaram-se vulneráveis aos constantes avanços das fraudes digitais.

Com o aumento das transações online no Brasil, tornou-se imprescindível a busca por soluções que garantam maior segurança sem perder agilidade. É nesse contexto que a biometria ganha relevância e eficiência.

Tipos de Biometria Utilizados no Setor Financeiro

Atualmente, o mercado financeiro brasileiro explora diversas modalidades de biometria para reforçar a segurança dos processos de login e autorização de transações.

  • Biometria facial: empregada por cerca de 75% a 80% dos bancos privados;
  • Biometria de voz: adotada por 17% das instituições como camada adicional;
  • Biometria digital (impressão digital) e biometria comportamental: analisam padrões de uso, escrita e navegação.

Essas tecnologias se complementam, criando múltiplas barreiras contra invasores e garantindo autenticação biométrica com alta precisão.

Alcance e Números Relevantes no Brasil

O Brasil destaca-se pela rápida adesão à biometria em diversas esferas, do governo ao setor privado.

Segundo dados da Serasa Experian, 82% dos brasileiros já utilizam alguma forma de autenticação biométrica, e plataformas como a Unico IDPay processaram R$ 9 bilhões em transações, evitando prejuízos no varejo de R$ 30 milhões.

Impacto Econômico e Prevenção de Fraudes

Nos últimos dois anos, a implementação de biometria facial ajudou a “salvar” R$ 6,47 bilhões para a economia digital brasileira. Esses valores representam receitas recuperadas e operações legítimas que seriam bloqueadas por sistemas tradicionais.

Sem os recursos biométricos, estima-se que as fraudes no setor financeiro poderiam causar perdas de até R$ 51,6 bilhões anuais. Apenas em 2025, houve 2,8 milhões de tentativas de fraude, com impacto potencial superior a R$ 40 bilhões.

Regulamentação e Legislação

Em julho de 2025, a promulgação da Lei nº 15.077/2024 regulamentou o uso de dados biométricos para programas sociais, integrando a Carteira de Identidade Nacional e a CNH ao pagamento de benefícios.

A Caixa Econômica já possui biometria de 90% dos beneficiários do Bolsa Família, reforçando a confiabilidade dos cadastros e prevenindo fraudes em programas sociais. O Banco Central também exige mecanismos eficazes de autenticação, incluindo biometria, para operações financeiras.

Tecnologia e Tendências Futuras

O mercado global de biometria movimentou US$ 60 bilhões em 2025 e projeta atingir US$ 120 bilhões até 2029. Um dos destaques é a biometria comportamental, que analisa padrões de digitação, movimentação e navegação para detecção de fraude em tempo real.

Estimativas indicam que mais da metade das transações globais será autenticada por biometria até 2026, impulsionada pela expansão das fintechs e pela digitalização bancária.

Desafios, Limitações e Evolução das Fraudes

Apesar dos avanços, criminosos aprimoram técnicas como engenharia social, deepfakes e inteligência artificial para burlar sistemas biométricos. A exposição de imagens faciais em redes sociais também facilita ataques.

  • Uso de selfies ilegais para abertura de contas falsas;
  • Fabricação de dedos de silicone após captura de digitais em ATMs;
  • Ataques via deepfake contra sistemas de reconhecimento facial.

Essas ameaças evidenciam a necessidade de atualização constante das contramedidas de segurança e políticas de privacidade transparentes na jornada do usuário.

Benefícios para o Usuário e Eficiência Operacional

A adoção de biometria reduz o número de falsos positivos, diminuindo transações legítimas recusadas que geram insatisfação em consumidores e prejuízos aos lojistas.

Além disso, a biometria facilita o acesso a serviços financeiros em regiões remotas, sem necessidade de deslocamento, e melhora a experiência de compra online, reduzindo o abandono de carrinho.

Com segurança reforçada contra phishing e vazamento de dados, o usuário ganha confiança e conveniência, enquanto as instituições otimizam processos e custos operacionais.

Considerações Finais

A biometria representa um salto significativo na autenticação financeira, mas não é solução única. A combinação com inteligência artificial, análise comportamental e educação digital dos usuários é essencial para enfrentar fraudes emergentes.

O Brasil se destaca como referência em adoção em larga escala, servindo de case internacional. Investir em tecnologias avançadas e manter políticas éticas de privacidade garantirá que o futuro da autenticação seja Seguro, Eficiente e Inclusivo.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro